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Esse é o texto mais triste que escrevo. Aprendi nesse tempo de estudante e de Resenheiro que jornalismo é uma forma de contar histórias. Histórias essas que diferentemente da literatura, são completamente reais e sem floreios. Percebi que escrever sobre a morte é bem mais complicado que escrever uma morte. Em ambos os casos emociona, mas só em apenas um dos casos podemos fechar o livro e nos consolar com o pensamento que aquilo não existiu.
Mas é um texto necessário. É quase obrigatório. Eu devo isso a Chapecoense, por que esse clube já fez muito por mim. Mesmo sendo de Santa Catarina e eu nunca tendo ido lá. Mesmo que esse site seja voltado apenas para o futebol paulista. Mesmo assim... Esse texto tem de ser o mais bonito possível, por que a Chape merece.
O futebol como qualquer outro esporte foi feito para unir as pessoas, com o passar do tempo esse sentido se modificou para o formato ao qual estamos acostumados: O competitivo. Hoje cada um torce apenas pelo seu, certo? Errado.Como não torcer por esse time simpático e carismático? A Chape nos mostrou que, mesmo que respire por aparelhos, o futebol vive. Promotor algum poderá acabar com isso. Está fora de seus poderes. A Chape fez isso, pois a Chape é o próprio futebol encarnado e uniformizado.
Como se explica os minutos de silêncio realizados no mundo? Como se explica a torcida do Corinthians fazendo campanha para que o time use verde? Como se explica o Atlético Nacional declarar a Chape como a campeã Sulamericana? Como se explica mais de cento e cinquenta mil pessoas dentro e fora de um estádio em Medelín cantando "Vamo, Vamo Chape!"? Como se explica a vontade de todos os clubes em preservarem a Chape contra o rebaixamento durante os próximos três anos? São coisas que não se explica, se sente, arrepia, emociona e por fim se chora, em um misto de tristeza, pelos que se foram, e orgulho, por ter vibrado junto com eles após aquela defesa do goleiro Danilo. É uma pena.
É uma pena que o mundo só tenha lhe visto agora. É uma pena. É uma pena que uns não tenham entendido ou tenham te visto como o futebol te vê e queiram se aproveitar disso. É uma pena que uns e outros nesse momento de dor ainda pensem em realizar uma "grande festa" ou pensem como supostamente serão "prejudicados" na competição ou pensem na oportunidade de vender mais camisas. É uma pena tudo isso, por que quando uma competição ou a espetaculização for mais importante que o luto das famílias que choram, ai sim saberemos que falhamos.
Um dia ainda entenderemos os planos superiores, entenderemos a nossa fragilidade diante de qualquer coisa fatal que venha a ocorrer e entenderemos que a vida é um mero detalhe, um capricho... Um sopro. Até lá o sentimento que fica é de lembrança, luto, esperança e saudade. Até lá o que resta é conviver com o os olhos marejados quando olharmos as cores verde e branco em Santa Catarina. A lição que aprendemos, meus amigos, é que sempre foi errado classificar o 7x1 como a maior tragédia de nosso futebol... Aquilo não foi nada.
Um dia ainda entenderemos os planos superiores, entenderemos a nossa fragilidade diante de qualquer coisa fatal que venha a ocorrer e entenderemos que a vida é um mero detalhe, um capricho... Um sopro. Até lá o sentimento que fica é de lembrança, luto, esperança e saudade. Até lá o que resta é conviver com o os olhos marejados quando olharmos as cores verde e branco em Santa Catarina. A lição que aprendemos, meus amigos, é que sempre foi errado classificar o 7x1 como a maior tragédia de nosso futebol... Aquilo não foi nada.
Lembrem-se. Cantem. Torçam muito. Adotem esse time. Contem aos seus filhos, netos e bisnetos. Jamais deixem essa história se perder. JAMAIS! Que se escute em todo o continente, nós sempre recordaremos a campeã Chapecoense!
#ForçaChape
Que se escute em todo continente
Reviewed by Bruno Cassiano
on
14:08:00
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