Em um jogo de futebol um único número importa

Como técnico, Rogério Ceni enfrenta sua primeira fase negativa após três eliminações seguidas. (FOTO: Marcelo D. Sants)


O São Paulo vem de uma sequência negativa que inclui três eliminações em competições de mata-mata e a derrota para o Cruzeiro no primeiro jogo do Brasileirão deste ano. O clube não possui um elenco, tão pouco um time bem organizado em campo. Os jogadores, limitados individualmente e em equipe, têm seu grau de culpa, mas neste texto falarei sobre outro culpado. 

Anunciado em novembro do ano passado como novo técnico do time do São Paulo, o ídolo Rogério Ceni causou euforia na torcida tricolor, que via nele a mudança técnica que o time precisava depois da passagem pífia de Ricardo Gomes. Àquela altura, Rogério havia voltado de um tour pela Europa, em sue primeiro ano como jogador aposentado, onde estudou para se tornar técnico de futebol. 

A tão aguardada estreia do goleiro artilheiro como treinador foi na Flórida Cup 2017, torneio de pré-temporada do qual o São Paulo sagrou-se campeão. Mesmo atuando medianamente a euforia da torcida aumentou ainda mais. Durou durante quase todo o campeonato paulista e após as seguidas eliminações, diminuiu ao ver velhos problemas aparecendo novamente. 

Rogério, por sua vez, não enxerga um inicio ruim de temporada e não consegue admitir seus próprios erros quando acontecem, demonstrando irritação quando o mostram onde errou. O técnico prefere se blindar atrás de números e mais números dos jogos de seu time. 

Estatísticas que de nada valem em um revés, por que não importa o quanto seu time chutou a gol ou ficou com a posse da bola, não importa o tanto de cruzamentos e roubadas de bola, o tanto de passes certos e errados, o que importa realmente ao final de um jogo é o número que consta no placar. 

Ninguém ao lembrar de um jogo de dez, vinte anos atrás, cita a porcentagem de posse de bola, ninguém para um amigo na rua e pergunta "Quantos chutes a gol foram no jogo de ontem?", ninguém se interessa por esses números se a eficiência não demonstrada no placar final. 

O que o Rogério ainda não aprendeu, mesmo estando no meio futebolístico há muito tempo, é que o futebol não é uma ciência exata. O futebol não premia o merecedor, premia o mais eficiente. Não é um esporte lógico ou justo, longe disso. É bom o ídolo observar a situação de longe, com um pouco mais de humildade, por que justificar as derrotas culpando seus erros e não os acertos do adversário, além de ser anti-desportivo, é medíocre para a grandeza do clube que ele treina. 

O único número que importa ao final de uma partida é o placar. Nenhum outro.  
Em um jogo de futebol um único número importa Em um jogo de futebol um único número importa Reviewed by Bruno Cassiano on 00:16:00 Rating: 5

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